sexta-feira, 12 de junho de 2009

Enação, Autopoiesis e Clínica Transdisciplinar: Psicologia que se soma à Biologia e à Filosofia

A biologia nos diz que os seres vivos recompõem de maneira incessante seus elementos desgastados. Porém, para isso é necessário que existam recursos da natureza e do meio ambiente. Sob esta ótica biológica, os seres são ao mesmo tempo autônomos e dependentes. Humberto Maturana, biólogo chileno pioneiro da "biologia do conhecimento", chama este processo de Autopoiese, uma auto-produção contínua que caracteriza os seres vivos. O sistema autopoiético é, ao mesmo tempo, produtor e produto em um modo circular.


A prática de uma Terapia Transdisciplinar pode ser comparada a esta estrutura viva autopoiética, pois tem a capacidade de recriar-se a cada instante. Esta constante auto-criação de si mesmo a partir da relação com o meio-ambiente apresenta dois aspectos: o indivíduo forma um campo psicológico com o meio ambiente; assim como um grupo forma um campo social com o meio ambiente. Para que o processo de Autopoiese ocorra em uma Terapia Transdisciplinar os aspectos biológicos, psicológicos e as questões culturais, sociais e históricas devem estar envolvidos nas malhas que tecem o ser vivente individual e planetário. Ao tratarmos de seres vivos devemos considerar a psique e o corpo, as ações “corporizadas”, uma emersão sincrônica do sujeito e do mundo em uma experiência contextualizada, corporalizada e histórica, nas palavras da pesquisadora e professora Denise Najmanovich. Ela chama esta ação corporalizada de Enação; a qual pode ser entendida como um ponto de partida para uma mudança dos nossos modos de estar no mundo, uma passagem dos modos eminentemente cognitivos de se buscar o saber (racionalizado) para uma afirmação da corporalidade do sujeito no contexto da produção de conhecimento. Em outras palavras, o processo do conhecimento se torna também um processo de produção e criação no mundo. Desta maneira, o sujeito participa de uma dinâmica criativa de si mesmo e do mundo com o qual ele está em permanente intercâmbio. O processo do conhecimento necessita de interação, relação, transformação mútua, co-dependência e co-evolução. Só se pode conhecer o que se pode perceber e processar no corpo. O processo do conhecimento pode ser entendido como um processo de experimentação que instaura imagens internas.

Um comentário:

  1. Temos a tradução de um livro sobre a arquearia montada: O essencial da arquearia montada de Taibugha , escrito no ano de 1400. Podemos mandar por PDF, sem custo. Se houver interesse, nosso e-mail esta em
    sunna-equitaoearquearia.blogspot.com

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