terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Trilha em Cachoeiras de Macacu revela paixão de Charles Darwin por cavalgadas


Foto: André Galeno


Abaixo links à uma Matéria do Jornal O Globo sobre a Trilha Charles Darwin em Cachoeiras de Macacu, um vídeo de uma das cavalgadas e o roteiro com o percurso realizado em 7 dias:


sábado, 12 de setembro de 2009

... o presente de um organismo surge em cada instante como uma transformação do presente do organismo nesse instante. O futuro de um organismo nunca está determinado em sua origem (Maturana).


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Cavaleiro & Amazona
Nômade
Um novo modo de pensar o mundo e as relações com as pessoas, os animais e a natureza.

sábado, 15 de agosto de 2009

O Resgate da experiência equestre na construção de conhecimento




O que chamamos de Resgate da experiência pode se dar em qualquer âmbito da vida, pois este Resgate se refere à possibilidades de construção de conhecimento próprio do sujeito pela reflexão sobre alguma experiência, pela conscientização das imagens e sentimentos ativados durante determinada atividade. O Resgate também é um modo de tornar vívido um aprendizado, que sem ser lembrado e expresso ficaria solto e desamarrado; somente um potencial na construção da trama do tecido singular daquele individuo. O que consideramos ser um Resgate é uma forma de criação e construção do que chamamos "conhecimento de si".


De tudo que tiveres percorrido

extrai um pensamento

para digerir bem este dia.

[Sêneca]...


A importância que atribuímos a este Resgate da experiência da equitação se situa na relação singular que se estabelece entre o cavaleiro e o cavalo. Esta relação inter-espécie propicia um diálogo contínuo entre cavaleiro e cavalo; ou melhor, entre instâncias inerentes ao cavaleiro que se conectam e interagem com outras instâncias inerente ao cavalo, formando um só corpo relacional. Uma experiência singular e intransferível.


O Resgate dessas experiências individuais se iniciam no diálogo interno do sujeito. A continuação deste Resgate pode ser vivenciado dentro de um ambiente coletivo que favoreça a interação e a troca de experiências. A reunião em grupo dos cavaleiros, que tiveram diversas vivencias juntos a cavalo – desta vez sem os cavalos – propiciam continuar o diálogo iniciado na experiência com a equitação. Iniciar um diálogo no ambiente coletivo pode ser comparado uma mudança de canal, um novo suporte para se dialogar. O discurso interno do sujeito passa a existir fora dele, mas dentro de uma coletividade. Isto exige do sujeito uma ativação de uma nova organização do discurso, que desta vez pode ser respondido, acrescentado de modos inusitados pelos outros cavaleiros. O que antes podia ser visto como uma sensação e uma memória visual e muscular individual e interna se torna expressão de fala, discurso. Este encontro grupal pode ser um estimulo à valorização das imagens e dos sentimentos experimentados pelo sujeito durante a equitação. Com esta mudança de canal de expressão sobre a percepção da própria experiência, estimula-se a sedimentação e a construção de conhecimento do indivíduo e da coletividade. Nesta experiência de Resgate coletivo não se busca um consenso, nem um conhecimento fixado de moral, o que se valoriza é a conscientização da própria experiência corporal e individual. A interação dentro de um ambiente de grupo, que tem em comum um mesmo tipo de experiência (eqüestre), potencializa a memória e propicia insights criativos sobre questões diversas. Tudo isto propicia uma valorização do individuo e de suas experiências, assim como, modos mais profundos de construção de conhecimento e compartilhamento coletivo. A auto-estima é valorizada neste percurso, assim como a relação inter-espécies e a inter-relação coletiva.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Novas imagens e possibilidades a partir da equitação



"... o que é produtivo não é sedentário, mas nômade. "

(Foucault, Uma introdução à vida não fascista, pref. à ed. norte-americana de O Anti-Édipo.)



A arte de moldar frases tem como equivalente uma arte de moldar percursos.

Michel de Certeau


Fazer da experiência imagem e filosofia, fazer da filosofia experiência e imagem e fazer da imagem a filosofia da experiência estética.

Abaixo: Bjarke Rink, Arqueiro Equestre da Escola de Equitação Desempenho

Anita, praticando a arquearia Equestre
e abaixo:
Sathy, Instrutor da Escola Desempenho de Equitação


Anita: em treinamento...
Massai: Experiente Arqueira Equestre

Coudelaria Desempenho: Colônia de férias para crianças e adolescentes

Colônia de férias para crianças e adolescentes.
Aulas de equitação, trilhas e expedições a cavalo para crianças e adultos.

Atividades eqüestres:

Equitação básica e intermediária; salto e adestramento; trilhas, cross e cavalgadas; arquearia a cavalo (novo esporte); provas e gincanas; manejo, relacionamento e cuidados com potros e cavalos; aulas teóricas, pesquisas e videos sobre pelagens, denominações, características e tipos de cavalos e esportes eqüestres de todo o mundo.

Atividades complementares:

Educação Ambiental; Jogos na Natureza; Trilhas em matas e montanhas; banhos de rio e cachoeira; oficina de artes e de reciclagem; oficina do pão. Além da nossa tradicional Fogueira, teremos muitas surpresas nas atividades noturnas.

A Filosofia da Equitação:

Exercitar a liderança responsável; compreender o mundo animal; conhecer a si mesmo e superar medos infundados; descobrir a lógica do mundo natural.

clique nas fotos para acessar o site da Desempenho

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pensamento, Criatividade, Corporalidade & Prática Eqüestre


O pensamento geralmente se estrutura de um modo binário, ou é denso ou é suave. Na equitação, o pensamento pode alcançar extrema densidade, velocidade e leveza. Este pode ser considerado um paradoxo da equitação. Quando uma pessoa começa a praticar equitação, a sensação corpórea pode ser de confusão e de falta de equilíbrio; porém com o exercício de montar pode-se construir uma consciência corporal a partir da experiência da equitação´, que chamaremos de consciência plástico-corpórea. Esta consciência ativa a densidade, a suavidade e a velocidade do corpo e do pensamento. Uma pessoa sedentária costuma ter um pensamento binário, pois não o constrói em uma experiência corpórea. O pensamento oriundo ou estimulado por uma experiência corporal “resolve” a questão binária pela ação corporal que, através de múltiplos estímulos, aciona um aspecto criativo do pensamento. Desta forma, a consciência criativa e múltipla se constrói por meio das experiências da equitação. O nascimento de uma consciência ampla e de um pensamento criativo inclui as experiências corporais. Segundo José Gil, a consciência torna-se “consciência do corpo”, sendo construída pelos seus movimentos; o corpo preenche a consciência com sua plasticidade e continuidade próprias. “Forma-se assim, uma espécie de “corpo da consciência”: a imanência da consciência ao corpo emerge à superfície da consciência e constitui doravante o seu elemento essencial” (José Gil, 2004).

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Enação, Autopoiesis e Clínica Transdisciplinar: Psicologia que se soma à Biologia e à Filosofia

A biologia nos diz que os seres vivos recompõem de maneira incessante seus elementos desgastados. Porém, para isso é necessário que existam recursos da natureza e do meio ambiente. Sob esta ótica biológica, os seres são ao mesmo tempo autônomos e dependentes. Humberto Maturana, biólogo chileno pioneiro da "biologia do conhecimento", chama este processo de Autopoiese, uma auto-produção contínua que caracteriza os seres vivos. O sistema autopoiético é, ao mesmo tempo, produtor e produto em um modo circular.


A prática de uma Terapia Transdisciplinar pode ser comparada a esta estrutura viva autopoiética, pois tem a capacidade de recriar-se a cada instante. Esta constante auto-criação de si mesmo a partir da relação com o meio-ambiente apresenta dois aspectos: o indivíduo forma um campo psicológico com o meio ambiente; assim como um grupo forma um campo social com o meio ambiente. Para que o processo de Autopoiese ocorra em uma Terapia Transdisciplinar os aspectos biológicos, psicológicos e as questões culturais, sociais e históricas devem estar envolvidos nas malhas que tecem o ser vivente individual e planetário. Ao tratarmos de seres vivos devemos considerar a psique e o corpo, as ações “corporizadas”, uma emersão sincrônica do sujeito e do mundo em uma experiência contextualizada, corporalizada e histórica, nas palavras da pesquisadora e professora Denise Najmanovich. Ela chama esta ação corporalizada de Enação; a qual pode ser entendida como um ponto de partida para uma mudança dos nossos modos de estar no mundo, uma passagem dos modos eminentemente cognitivos de se buscar o saber (racionalizado) para uma afirmação da corporalidade do sujeito no contexto da produção de conhecimento. Em outras palavras, o processo do conhecimento se torna também um processo de produção e criação no mundo. Desta maneira, o sujeito participa de uma dinâmica criativa de si mesmo e do mundo com o qual ele está em permanente intercâmbio. O processo do conhecimento necessita de interação, relação, transformação mútua, co-dependência e co-evolução. Só se pode conhecer o que se pode perceber e processar no corpo. O processo do conhecimento pode ser entendido como um processo de experimentação que instaura imagens internas.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Projeto Centauro: imagem e transdisciplinaridade


O Projeto Centauro foi elaborado por mim através do cruzamento de informações e vivências de equitação e fundamentos da Psicologia. Esta atividade visa contribuir com novas possibilidades terapêuticas, com elementos da Psicomotricidade, da Psicologia Pós-Junguiana e Delleuziana, dentre outras. A Psicologia Pós-Junguiana (derivada do trabalho de Carl Gustav Jung) dá ênfase às imagens como elementos de estruturação terapêutica; a Psicologia Delleuziana (derivada do trabalho de Gilles Delleuze) dá ênfase a um modo transdiciplinar de se exercer a clínica terapêutica que utiliza diversos campos de conhecimento. Por meio das vivências na equitação e dos diversos componentes psicológicos dos indivíduos (seus sonhos, seu discurso, sua cultura, etc.), proponho viabilizar o encontro das diferenças, inclusive o encontro do ser humano com o cavalo, e a conscientização das sensações corporais e emocionais que a equitação provoca. Este projeto visa ajudar a conhecer melhor os sujeitos e sua psique. Este método transdiciplinar utiliza a ciência, a arte e a filosofia. A clínica transdisciplinar faz uso do objetivo da ciência (criar funções), do objetivo da arte (criar agregados sensitivos) e do objetivo da filosofia (criar conceitos). Nesta prática clínica o terapeuta deve ajudar a criar relações de intercessão entre as instâncias científicas, filosóficas e artísticas.

Arquearia Nômade e a História Viva



A prática do arco e flecha a cavalo desenvolvida pelos antigos povos nômades ficou restrita ao longo do tempo a apenas uma parte do mundo, a Ásia Central. Na atualidade esta atividade voltou a ser exercida como uma possível ramificação da prática da equitação, conhecida como arquearia montada. Por ter sido atualizada na contemporaneidade, a arquearia a cavalo integra diferentes estilos de vida: o dos povos nômades da antiguidade e o dos povos sedentários da atualidade. Esta mistura de estilos de vida pode ser uma fonte de criatividade e de novas formas de cultura. Para que a arquearia montada se reproduza nos moldes da antiguidade é necessário que haja uma espécie de adaptação; a prática do arco e flecha na forma como era executada pelos povos nômades do passado, ressurge na atualidade como uma renovação da experiência do equitador moderno. Trata-se de uma atividade que vai além de simplesmente importar a identidade dos povos nômades para a atualidade, mas de produzir uma elaboração imaginativa que possa produzir cultura e novas experiências. A equitação ao estilo dos povos nômades da antiga Ásia Central possibilita que o equitador experimente esta vivência em seu corpo e sua psique.

A arquearia a cavalo também utiliza técnicas próprias e incentiva modos intuitivos de ação com o arco e flecha. As habilidades no uso do arco e flecha sobre um cavalo em movimento são adquiridas através de exercícios específicos. A arquearia montada está sendo praticada nos tempos atuais como uma espécie de “resgate do passado”; esta prática “sai” dos livros de História e passa e ser experimentada pelas pessoas que desejam e sentem afinidade com este estilo de esporte. A arquearia montada desenvolvida na Escola Desempenho de Equitação, no Rio de Janeiro, Brasil, é baseada na experiência dos equitadores desta escola e nas pesquisas de Bjarke Rink, responsável pela escola. Os arqueiros montados a cavalo dos tempos atuais revivem a experiência dos antigos povos nômades. Esta experiência permite uma atualização da arquearia antiga não de modo teórico, mas como uma experimentação prática da atividade. Esta é uma forma de se contrapor a um dos problemas mais freqüentes na sociedade contemporânea, que não costuma abrir espaços para encontrar uma memória viva. Esta prática parte do pressuposto de que a memória seja algo que possa ser vivenciada no corpo e no momento imediato, pois a memória também se faz presente na ação e na relação com outros seres vivos.


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ser Nômade


Quando usamos a palavra “nômade”, geralmente nos referimos a pessoas que se deslocam continuamente para novas áreas, em um movimento contínuo para territórios ainda não percorridos como se não existissem fronteiras. As pessoas nômades procuram locais sempre novos onde vivem temporariamente, isto é, locais de passagem ou moradas provisórias. Porém um nômade não é um sem terra, é um ser movente, que se fixa no movimento. Este movimento, se comparado ao pensamento, seria algo que se faz de modo inédito mas constantemente, uma ação paradoxal que se repete continuamente.



Não se define o conceito de povo nômade pelo movimento de fluxo contínuo. Para Deleuze e Guattari: “[...] É nesse sentido que o nômade não tem pontos, trajetos nem terra, embora evidentemente ele os tenha. Se o nômade pode ser chamado de o Desterritorializado por excelência, é justamente porque a reterritorialização não se faz depois, como no migrante, nem em outra coisa, como no sedentário [...]. Para o nômade, ao contrário, é a desterritorialização que constitui sua relação com a terra, por isso ele se reterritorializa na própria desterritorialização.” (Deleuze e Guattari, 1997).

domingo, 31 de maio de 2009

Eqüitação, Arte e Dança


A equitação, a arte e a dança podem se relacionar no momento em que as pessoas adquirem mais qualidade nas suas experiências corporais. Para adquirir mais qualidade é necessário que haja uma consciência proprioceptiva, um tipo de sensibilidade própria em relação ao seu corpo. Na arte, na dança e na equitação o corpo pode experimentar sensações e sentimentos juntamente com uma percepção vívida do instante presente.


Joseph Campbell, estudioso de mitilogia e religião comparativa, afirma que uma imagem mítica está relacionada a anatomia corporal. A serpente da mitologia seria a medula espinhal, por exemplo. Os mitos seriam padrões genéticos que se inscrevem na linguagem social dos contos e histórias. Para o autor as respostas corporais são formas de conhecimento, seria como uma pessoa saber algo sem saber explicar o que sabe, uma intuição. Para Campbell, se separamos a experiência somática da linguagem iremos tentar compreender nossa experiência por meio de símbolos. Para ele o mito pode ser compreendido pela imediatez da experiência, que transcende a realidade social. Esta seria a qualidade da experiência corporal, algo fundamental para que sejam evocadas inúmeras imagens e imaginações da nossa memória ancestral que está inscrita no corpo de cada pessoa. As diversas imagens ativadas pelo movimento proprioceptivo consciente podem ser chamadas “imagens arquetípicas”, pois fazem parte da experiência ancestral coletiva e vivenciá-la seria uma “experiência mítica” fora do tempo objetivo.


Quando a experiência da equitação ganha esta qualidade da consciência proprioceptiva, podemos relacioná-la com o mito formador do saber interno, feito de experiências conscientes e da imaginação. O centauro de nossa mitologia e sua realidade corporal pode ser resgatado na experiência da equitação através do movimento que acontece sobre o cavalo. O corpo humano naturalmente busca novos modos de se equilibrar na equitação, pois o cérebro detecta o ambiente "desequilibrado" e reage buscando novos modos de ação dos músculos, dos pesos e da força que se exerce sobre o cavalo. Experimentar estes movimentos desenvolve em nós criatividade e integração do pensamento com a emoção, assim como sensorialidade e intuição. Com este exercício podemos desenvolver uma autonomia não só muscular como também emocional. Desta forma, a equitação pode tornar-se arte e dança, ou se relacionar com a arte e a dança se executados com movimentos conscientes.

Sensibilização Eqüestre



Este vídeo mostra alguns aspectos que existe na aula de sensibilização equestre.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Benefícios da Equitação e Alguns dos nossos Objetivos


A proposta do Projeto Centauro é ativar o corpo físico em suas diversas dimensões: psicológicas, míticas e ecológicas. No contato com os cavalos o equitador se enriquece com a experiência corporal. Os estudiosos dizem que os cavalos, em geral, percebem as emoções humanas. Com esta habilidade, os cavalos podem ajudar-nos a perceber melhor as nossas emoções. A vivência da equitação pode melhorar a nossa capacidade de percepção e também pode nos ajudar a exercitar nossa musculatura e equilíbrio.


O Projeto Centauro tem um modo transdisciplinar de produzir reflexões a partir de vivências corporais e inter-relacionais com o cavalo. O trabalho terapêutico estimula processos que ativam a consciência corporal. Este Projeto se concentra em estabelecer relações com os aspectos corporais e simbólicos da atividade corporal.