Este projeto visa (re)conectar os aspectos corporais e psicológicos e a imaginação dos indivíduos através das vivências que estes podem experimentar durante a equitação. Quando uma pessoa aprimora sua própria consciência corporal, ela passa a ter novos modos de ver, sentir e refletir sobre o mundo.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
sábado, 12 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
O Resgate da experiência equestre na construção de conhecimento
O que chamamos de Resgate da experiência pode se dar em qualquer âmbito da vida, pois este Resgate se refere à possibilidades de construção de conhecimento próprio do sujeito pela reflexão sobre alguma experiência, pela conscientização das imagens e sentimentos ativados durante determinada atividade. O Resgate também é um modo de tornar vívido um aprendizado, que sem ser lembrado e expresso ficaria solto e desamarrado; somente um potencial na construção da trama do tecido singular daquele individuo. O que consideramos ser um Resgate é uma forma de criação e construção do que chamamos "conhecimento de si".
De tudo que tiveres percorrido
extrai um pensamento
para digerir bem este dia.
[Sêneca]...
A importância que atribuímos a este Resgate da experiência da equitação se situa na relação singular que se estabelece entre o cavaleiro e o cavalo. Esta relação inter-espécie propicia um diálogo contínuo entre cavaleiro e cavalo; ou melhor, entre instâncias inerentes ao cavaleiro que se conectam e interagem com outras instâncias inerente ao cavalo, formando um só corpo relacional. Uma experiência singular e intransferível.
O Resgate dessas experiências individuais se iniciam no diálogo interno do sujeito. A continuação deste Resgate pode ser vivenciado dentro de um ambiente coletivo que favoreça a interação e a troca de experiências. A reunião em grupo dos cavaleiros, que tiveram diversas vivencias juntos a cavalo – desta vez sem os cavalos – propiciam continuar o diálogo iniciado na experiência com a equitação. Iniciar um diálogo no ambiente coletivo pode ser comparado uma mudança de canal, um novo suporte para se dialogar. O discurso interno do sujeito passa a existir fora dele, mas dentro de uma coletividade. Isto exige do sujeito uma ativação de uma nova organização do discurso, que desta vez pode ser respondido, acrescentado de modos inusitados pelos outros cavaleiros. O que antes podia ser visto como uma sensação e uma memória visual e muscular individual e interna se torna expressão de fala, discurso. Este encontro grupal pode ser um estimulo à valorização das imagens e dos sentimentos experimentados pelo sujeito durante a equitação. Com esta mudança de canal de expressão sobre a percepção da própria experiência, estimula-se a sedimentação e a construção de conhecimento do indivíduo e da coletividade. Nesta experiência de Resgate coletivo não se busca um consenso, nem um conhecimento fixado de moral, o que se valoriza é a conscientização da própria experiência corporal e individual. A interação dentro de um ambiente de grupo, que tem em comum um mesmo tipo de experiência (eqüestre), potencializa a memória e propicia insights criativos sobre questões diversas. Tudo isto propicia uma valorização do individuo e de suas experiências, assim como, modos mais profundos de construção de conhecimento e compartilhamento coletivo. A auto-estima é valorizada neste percurso, assim como a relação inter-espécies e a inter-relação coletiva.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Novas imagens e possibilidades a partir da equitação
A arte de moldar frases tem como equivalente uma arte de moldar percursos.
Michel de Certeau
Fazer da experiência imagem e filosofia, fazer da filosofia experiência e imagem e fazer da imagem a filosofia da experiência estética.
Coudelaria Desempenho: Colônia de férias para crianças e adolescentes
Atividades eqüestres:
Equitação básica e intermediária; salto e adestramento; trilhas, cross e cavalgadas; arquearia a cavalo (novo esporte); provas e gincanas; manejo, relacionamento e cuidados com potros e cavalos; aulas teóricas, pesquisas e videos sobre pelagens, denominações, características e tipos de cavalos e esportes eqüestres de todo o mundo.
Atividades complementares:
Educação Ambiental; Jogos na Natureza; Trilhas em matas e montanhas; banhos de rio e cachoeira; oficina de artes e de reciclagem; oficina do pão. Além da nossa tradicional Fogueira, teremos muitas surpresas nas atividades noturnas.
A Filosofia da Equitação:
Exercitar a liderança responsável; compreender o mundo animal; conhecer a si mesmo e superar medos infundados; descobrir a lógica do mundo natural.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Pensamento, Criatividade, Corporalidade & Prática Eqüestre
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Enação, Autopoiesis e Clínica Transdisciplinar: Psicologia que se soma à Biologia e à Filosofia
A biologia nos diz que os seres vivos recompõem de maneira incessante seus elementos desgastados. Porém, para isso é necessário que existam recursos da natureza e do meio ambiente. Sob esta ótica biológica, os seres são ao mesmo tempo autônomos e dependentes. Humberto Maturana, biólogo chileno pioneiro da "biologia do conhecimento", chama este processo de Autopoiese, uma auto-produção contínua que caracteriza os seres vivos. O sistema autopoiético é, ao mesmo tempo, produtor e produto em um modo circular.
A prática de uma Terapia Transdisciplinar pode ser comparada a esta estrutura viva autopoiética, pois tem a capacidade de recriar-se a cada instante. Esta constante auto-criação de si mesmo a partir da relação com o meio-ambiente apresenta dois aspectos: o indivíduo forma um campo psicológico com o meio ambiente; assim como um grupo forma um campo social com o meio ambiente. Para que o processo de Autopoiese ocorra
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Projeto Centauro: imagem e transdisciplinaridade
Arquearia Nômade e a História Viva
A arquearia a cavalo também utiliza técnicas próprias e incentiva modos intuitivos de ação com o arco e flecha. As habilidades no uso do arco e flecha sobre um cavalo em movimento são adquiridas através de exercícios específicos. A arquearia montada está sendo praticada nos tempos atuais como uma espécie de “resgate do passado”; esta prática “sai” dos livros de História e passa e ser experimentada pelas pessoas que desejam e sentem afinidade com este estilo de esporte. A arquearia montada desenvolvida na Escola Desempenho de Equitação, no Rio de Janeiro, Brasil, é baseada na experiência dos equitadores desta escola e nas pesquisas de Bjarke Rink, responsável pela escola. Os arqueiros montados a cavalo dos tempos atuais revivem a experiência dos antigos povos nômades. Esta experiência permite uma atualização da arquearia antiga não de modo teórico, mas como uma experimentação prática da atividade. Esta é uma forma de se contrapor a um dos problemas mais freqüentes na sociedade contemporânea, que não costuma abrir espaços para encontrar uma memória viva. Esta prática parte do pressuposto de que a memória seja algo que possa ser vivenciada no corpo e no momento imediato, pois a memória também se faz presente na ação e na relação com outros seres vivos.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Ser Nômade
Quando usamos a palavra “nômade”, geralmente nos referimos a pessoas que se deslocam continuamente para novas áreas, em um movimento contínuo para territórios ainda não percorridos como se não existissem fronteiras. As pessoas nômades procuram locais sempre novos onde vivem temporariamente, isto é, locais de passagem ou moradas provisórias. Porém um nômade não é um sem terra, é um ser movente, que se fixa no movimento. Este movimento, se comparado ao pensamento, seria algo que se faz de modo inédito mas constantemente, uma ação paradoxal que se repete continuamente.
Não se define o conceito de povo nômade pelo movimento de fluxo contínuo. Para Deleuze e Guattari: “[...] É nesse sentido que o nômade não tem pontos, trajetos nem terra, embora evidentemente ele os tenha. Se o nômade pode ser chamado de o Desterritorializado por excelência, é justamente porque a reterritorialização não se faz depois, como no migrante, nem em outra coisa, como no sedentário [...]. Para o nômade, ao contrário, é a desterritorialização que constitui sua relação com a terra, por isso ele se reterritorializa na própria desterritorialização.” (Deleuze e Guattari, 1997).
domingo, 31 de maio de 2009
Eqüitação, Arte e Dança
A equitação, a arte e a dança podem se relacionar no momento em que as pessoas adquirem mais qualidade nas suas experiências corporais. Para adquirir mais qualidade é necessário que haja uma consciência proprioceptiva, um tipo de sensibilidade própria em relação ao seu corpo. Na arte, na dança e na equitação o corpo pode experimentar sensações e sentimentos juntamente com uma percepção vívida do instante presente.
Joseph Campbell, estudioso de mitilogia e religião comparativa, afirma que uma imagem mítica está relacionada a anatomia corporal. A serpente da mitologia seria a medula espinhal, por exemplo. Os mitos seriam padrões genéticos que se inscrevem na linguagem social dos contos e histórias. Para o autor as respostas corporais são formas de conhecimento, seria como uma pessoa saber algo sem saber explicar o que sabe, uma intuição. Para Campbell, se separamos a experiência somática da linguagem iremos tentar compreender nossa experiência por meio de símbolos. Para ele o mito pode ser compreendido pela imediatez da experiência, que transcende a realidade social. Esta seria a qualidade da experiência corporal, algo fundamental para que sejam evocadas inúmeras imagens e imaginações da nossa memória ancestral que está inscrita no corpo de cada pessoa. As diversas imagens ativadas pelo movimento proprioceptivo consciente podem ser chamadas “imagens arquetípicas”, pois fazem parte da experiência ancestral coletiva e vivenciá-la seria uma “experiência mítica” fora do tempo objetivo.
Quando a experiência da equitação ganha esta qualidade da consciência proprioceptiva, podemos relacioná-la com o mito formador do saber interno, feito de experiências conscientes e da imaginação. O centauro de nossa mitologia e sua realidade corporal pode ser resgatado na experiência da equitação através do movimento que acontece sobre o cavalo. O corpo humano naturalmente busca novos modos de se equilibrar na equitação, pois o cérebro detecta o ambiente "desequilibrado" e reage buscando novos modos de ação dos músculos, dos pesos e da força que se exerce sobre o cavalo. Experimentar estes movimentos desenvolve em nós criatividade e integração do pensamento com a emoção, assim como sensorialidade e intuição. Com este exercício podemos desenvolver uma autonomia não só muscular como também emocional. Desta forma, a equitação pode tornar-se arte e dança, ou se relacionar com a arte e a dança se executados com movimentos conscientes.
Sensibilização Eqüestre
Este vídeo mostra alguns aspectos que existe na aula de sensibilização equestre.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Benefícios da Equitação e Alguns dos nossos Objetivos
A proposta do Projeto Centauro é ativar o corpo físico em suas diversas dimensões: psicológicas, míticas e ecológicas. No contato com os cavalos o equitador se enriquece com a experiência corporal. Os estudiosos dizem que os cavalos, em geral, percebem as emoções humanas. Com esta habilidade, os cavalos podem ajudar-nos a perceber melhor as nossas emoções. A vivência da equitação pode melhorar a nossa capacidade de percepção e também pode nos ajudar a exercitar nossa musculatura e equilíbrio.
O Projeto Centauro tem um modo transdisciplinar de produzir reflexões a partir de vivências corporais e inter-relacionais com o cavalo. O trabalho terapêutico estimula processos que ativam a consciência corporal. Este Projeto se concentra em estabelecer relações com os aspectos corporais e simbólicos da atividade corporal.